São Fulgêncio de Ruspe, bispo | 3 de Janeiro
Fulgêncio (nascido em Thelepte, hoje Medinet-el-Kedima, Túnis, por volta de 462 – falecido em Ruspe, antes de janeiro de 527) provinha da família senatorial Gordiani. Atraído pela vida religiosa, decidiu-se definitivamente por ela, depois de ler o Comentário de Santo Agostinho ao salmo 36. Pelos idos de 499, tencionou unir-se aos eremitas da Tebaida no Egito, mas foi dissuadido do projeto ao passar pela Sicília e tomar conhecimento de que aqueles monges estariam infestados pelos erros monofisitas. Mudando, então, de ideia, esteve em Roma no ano 500. Foi criado Bispo de Ruspe em 502. Foi duas vezes exilado pelos vândalos na Sardenha, onde fundou mosteiros.
Cultivou com muito zelo a doutrina agostiniana. Recordamo-lo qual diligente defensor da fé católica e ardente animador da vida comum evangélica.
Oração:
Senhor Deus, que nos destes em São Fulgêncio um ilustre sustentáculo da fé e um ardente propagador da vida religiosa, concedei-nos, apoiados em seu exemplo e intercessão, incentivar, com viva fé entre os irmãos, o espírito de unidade e de paz. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Josefa Maria de Benigánim | 23 de Janeiro
Josefa Teresa – assim chamada ao batizar-se (Benigánim, Valência, Espanha, 9 de janeiro de 1625 – † 21 de janeiro de 1696) – nasceu de família humilde. Ficou órfã de pai sendo ainda muito jovem e, após vencer algumas dificuldades, entrou como irmã leiga no convento das agostinianas de sua cidade natal, pertencente à observância descalça, aos 25 de outubro de 1643, assumindo o nome de Josefa Maria de Santa Inês.
Sua vida foi um prodígio de graças e manifestações extraordinárias. Simples, humilde, toda dedicada aos trabalhos e serviços da comunidade e dotada de um espírito de altíssima contemplação. Aos 26 de fevereiro de 1888, o Papa Leão XIII associou-a ao número dos bem-aventurados. Suas relíquias conservaram-se no mosteiro das agostinianas de Benigánim até o ano de 1936, quando se perderam. Sua memória atrai, ainda hoje, muitos fiéis a Benigánim.
Oração:
Ó Deus, que adornastes a beata Josefa Maria com a inocência de vida, a simplicidade de coração e os dons admiráveis de vossa graça, fazei que, com seus exemplos, possamos dar um autêntico testemunho de fé com a humildade de nosso serviço. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Estêvão Bellesini, presbítero | 3 de Fevereiro
Estêvão Bellesini (Trento, 25 de novembro de 1774 – Genazzano, Roma, 2 de fevereiro de 1840) nascido de nobre família em Trento, localidade que integrava então o Império austro-húngaro, emitiu os votos religiosos na Ordem Agostiniana aos 31 de maio de 1794. Quando o convento tridentino foi fechado pelo governo e sua comunidade religiosa dispersa, Estêvão voltou a residir com sua família e, num ambiente adverso à religião, criou uma escola para crianças, dedicando-se ativamente à atividade docente quer científica quer cristã. Acabou conquistando a confiança e a estima da autoridade civil em razão do seu trabalho pedagógico.
Suas relíquias expõem-se à veneração no santuário de Nossa Senhora do Bom Conselho em Genazzano. A fidelidade à vocação religiosa, o grande amor aos jovens, especialmente aos pobres e a terna devoção a Nossa Senhora são a herança espiritual que o Bem-aventurado Estêvão nos deixou.
Oração:
Ó Deus, que no beato Estêvão nos destes um admirável exemplo de apóstolo totalmente dedicado à educação da juventude e a propagar o amor filial à Virgem Maria; fazei que, imitando seu zelo, dediquemo-nos de todo coração ao serviço de vossa Igreja. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Anselmo Polanco, bispo e mártir | 7 de Fevereiro
Anselmo Polanco (Buenavista de Valdávia, Palência, Espanha, 16 de abril de 1881 – Pont de Molins, Gerona, 7 de fevereiro de 1939) é ilustre vítima da perseguição contra os católicos levada a cabo durante a Guerra Civil espanhola (1936-1939). Dedicou-se com afinco à formação dos religiosos e ensinou teologia, sendo eleito, depois disso, em 1932, prior da província das Filipinas. No desempenho da função, visitou todas as missões da província. Em 1935, foi escolhido Bispo de Teruel e Albarracín, desempenhando, a partir de então, um intenso ministério naquela diocese. Começada a guerra, permaneceu espontaneamente na cidade de Teruel até ser capturado pelos inimigos, em 1938, e encarcerado. Foi assassinado, enfim, no dia 7 de fevereiro de 1939, em Pont de Molins, junto ao Vigário geral da diocese, Felipe Ripoll, dando testemunho da fé em Cristo e da fidelidade à Igreja.
Oração:
Ó Deus, que destes ao Bem-aventurado bispo Anselmo, a graça de oferecer a vida pela Igreja, concedei, nós vos suplicamos, que por sua intercessão e exemplo, firmes na fé, esperança e caridade, mereçamos entregar a vida pela paz pela justiça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Cristina de Spoleto | 13 de Fevereiro
Agostinha Camozzi (Osteno, Como – Spoleto, 13 de fevereiro de 1458) era filha de um médico e teve uma vida atribulada. Ainda jovem casou-se com um trabalhador, que viria a morrer pouco depois do casamento. Então teve um filho com um oficial do Exército, que viveria também por pouco tempo. Casou-se outra vez com um agricultor de Mariana, na diocese de Mântua. Mas outro homem, por ela loucamente apaixonado, matou-lhe o marido, e, por causa desse crime e de outros, foi condenado à morte. Agostinha resolveu mudar de vida. Escolheu Verona como lugar de residência, onde, desejando imitar o Cristo e tomando o nome de Cristina, fez profissão de agostiniana secular.
Em 1457, empreendeu uma peregrinação a Assis, a Roma e ao Santo Sepulcro. Durante o trajeto, faleceu, ao passar por Spoleto, detentora de uma grande fama de santidade sancionada com diversos milagres. Suas relíquias conservam-se na igreja de São Nicolau, em Spoleto. Em 1834, o Papa Gregório XVI confirmou-lhe o culto que já se lhe tributava desde tempos imemoriais.
Oração:
Ó Deus, que não quereis a morte do pecador, senão que se converta e viva, fazei que todos nós, seguindo o exemplo da Beata Cristina, demos frutos de verdadeira penitência e conversão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Simão de Cássia, presbítero | 16 de Fevereiro
Simão Fidati (Cássia, Perúsia, 1280/90 – Roma ou Florença, 2 de fevereiro de 1348) foi um grande pregador, considerado, na Itália, um dos melhores mestres espirituais de seu tempo. Sua doutrina, com efeito, exposta em diversos escritos, exerceu grande influência. “A obediência da Ordem” e “a comunidade de amor sincero com os irmãos” mantiveram-no firme na sua vocação em meio a muitas provações. Antes de tudo a obediência, desde que não se oponha à caridade. Formar Cristo em todos foi o ideal de sua vida.
Elementos característicos da santidade do Bem-aventurado Simão são o amor da contemplação, a simplicidade evangélica, o entregar-se à obediência religiosa, seguindo, como regra fundamental do progresso espiritual, a conversão contínua “do bom ao melhor”. Amante da solidão contemplativa, foi, contudo, em razão da obediência, um incansável apóstolo. Faleceu em Roma – ou em Florença segundo outros autores, durante a grande peste de 1348, que infestou a Europa inteira. Suas relíquias conservam-se na basílica de Santa Rita, em Cássia. Em 1833, o Papa Gregório XVI confirmou-lhe o culto.
Oração:
Deus, que destes à Igreja, no Beato Simão, um ministro fiel para expor a palavra evangélica e para reformar os costumes; concedei que, seguindo sua doutrina e exemplo, mereçamos ser imitadores do vosso Filho Jesus Cristo, que vive e reina, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São José, esposo de Nossa Senhora, protetor da Ordem | 19 de Março
O Capítulo Geral de 1491, celebrado em Roma, ordenou: "Em todas as residências e conventos de nossa Ordem, celebre-se, como rito simples sob o duplo menor, o ofício de São José, confessor, cuja festa cai no dia 19 de março". Em 1722, a Ordem obteve o privilégio de celebrar a festa do Patrocínio de São José, no terceiro domingo da Páscoa, o que já era concedido, desde 1700, às Congregações dos Agostinianos Recoletos e Descalços.
Oração:
Deus todo poderoso, na aurora dos novos tempos, confiastes a São José o cuidado dos mistérios da salvação humana; concedei à vossa Igreja conservá-los fielmente e leva-los à plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo por todos os séculos dos séculos. Amém.
Bem-aventurada Helena de Údine | 23 de Abril
Helena Valentini (Údine, 1396 - 23 de abril de 1458) casou-se ainda muito jovem com Antônio Cavalcanti, de quem teve três filhos e três filhas. Em setembro de 1441, faleceu-lhe o marido por causa de uma doença contraída enquanto desempenhava uma embaixada de sua cidade em Veneza. Desejando servir unicamente a Deus, e tendo providenciado o que se fazia necessário à vida dos filhos, Helena entrou na Ordem como agostiniana secular. Entregou-se às obras de misericórdia com sua ação e seus bens. Antes e depois da oração, dedicava grande tempo à leitura. O Evangelho era sua leitura preferida. Amava a Ordem de coração. Dando exemplo aos demais, obedecia ao Prior provincial e aos outros superiores. Suportou pacientemente uma dolorosa enfermidade nos três últimos anos de sua vida.
Suas relíquias conservam-se na igreja catedral de Údine. Grande foi a sua fama de intercessora em ocasiões milagrosas. O Bem-aventurado Pio IX confirmou-lhe o culto em 1848. O espírito de penitência, a humildade, a devoção à Paixão do Senhor, o amor à Eucaristia e o espírito de serviço ao próximo marcaram sua vida.
Oração:
Pai, que concedestes à Beata Helena a graça de reconhecer e venerar o Cristo nos pobres e nos que sofrem neste mundo, ouvi suas orações por nós, para que sirvamos humildemente a nossos irmãos necessitados com amor incansável. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Conversão de Nosso Pai Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja | 24 de Abril
“Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova!” (Conf. X,27,38). Com esse clamor de seu coração, Santo Agostinho manifesta seu lamento por ter perdido tantos anos da vida. A conversão foi, para ele, o encontro definitivo com a verdade, depois de um longo vagar pelo mar da dúvida, das dificuldades e da agitação do espírito. Convertendo-se, Agostinho encontrou-se a si mesmo e a alegria de viver, encontrou a medida do amor no abraço misericordioso do Pai e encontrou a Igreja, qual mãe de salvação e modelo de vida.
Na Vigília Pascal de 387, na noite entre 24 e 25 de abril, Agostinho, seu filho Adeodato e seu amigo Alipio foram batizados em Milão pelo bispo Santo Ambrósio: “Fomos batizados, e desapareceu qualquer preocupação quanto à vida passada” (Conf. IX,6,14).
Oração:
Deus, luz perene e pastor eterno, que chamastes a Agostinho dos caminhos do erro para vosso serviço, concedei-nos honrar sua conversão imitando seu exemplo e fortalecendo nossa fé com sua doutrina. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora Mãe do Bom Conselho | 26 de Abril
Maria Santíssima é honrada, com razão, sob o título de Mãe do Bom Conselho: pois é Mãe de Cristo, o “Conselheiro admirável” (Is 9,5); viveu guiada pelo “Espírito do Conselho”; e aderiu totalmente ao eterno Conselho de recapitular todas as coisas em Cristo (cfr. Ef 1,10). Venerando a Mãe do Bom Conselho, desejamos implorar de Deus o dom do conselho, “para fazer-nos conhecer o que a Deus agrada e para dirigir-nos em nossos trabalhos”.
É um dos títulos marianos mais venerados pela família agostiniana, cuja tradição narra a aparição milagrosa de uma imagem de Maria sobre a parede lateral da Igreja agostiniana de Genazzano, na Itália, no dia 25 de abril do ano 1467. A grande afluência de fiéis em peregrinação difundiu seu culto por toda a região. Leão XIII elevou o santuário a Basílica Menor o dia 7 de março de 1903, e o dia 22 de abril, do mesmo ano, acrescentou à ladainha do santo rosário a invocação de Mãe do Bom Conselho.
Oração:
Senhor, vós sabeis que os pensamentos dos homens são inseguros e frágeis; por Maria, na qual se encarnou vosso Filho, enviai-nos o dom de vosso conselho, que nos leve a conhecer o que é de vosso agrado e nos dirija em nossos trabalhos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Vicente Soler, presbítero, e Companheiros, mártires | 5 de Maio
Durante a Guerra Civil espanhola, entre os anos 1936 e 1939, muitos frades da Ordem de Santo Agostinho e da Ordem dos Agostinianos Recoletos entregaram suas vidas em fidelidade a Cristo e à Igreja.
Entre estes, o primeiro grupo a ser elevado à honra dos altares compunha-se de sete frades agostinianos recoletos do Convento de Motril, mortos entre os dias 25 de julho e 15 de agosto de 1936. Eis os seus nomes: Vicente Soler, que tinha sido Prior geral, Deogracias Palacios, León Inchausti, Jesús Rada, Julián Moreno, Vicente Pinilla, todos sacerdotes, além de José Ricardo Díez, irmão não-clérigo. Os seis sacerdotes tinham exercido o ministério da evangelização nas ilhas Filipinas, no Brasil e na Argentina.
Os mártires nos deixaram um exemplo de vida consagrada em favor dos irmãos, de zelo missionário e de amor a Cristo no momento do martírio.
Oração:
Ó Deus que não cessais de enriquecer a Igreja com o dom precioso do martírio, concedei a nós, vossos servos, que celebramos os Bem-aventurados mártires Vicente, presbítero e seus companheiros, que, a seu exemplo, mereçamos permanecer fiéis ao vosso filho até a morte. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Maria de São José Alvarado, virgem | 7 de Maio
Nasceu aos 25 de abril de 1875 em Choroni, Arágua (Venezuela). Desde a juventude, sentiu-se chamada à vida contemplativa mas, como não existia mosteiro algum em seu país, contentou-se com emitir privadamente o voto de castidade, aos dezessete anos, e consagrar-se ao serviço dos pobres. Em 1893, colaborou com o padre López Aveledo na fundação de uma pia união, que se erigiria, anos mais tarde, como congregação religiosa sob o título de Agostinianas Recoletas do Coração de Jesus, dedicada ao serviço dos pobres. Além de seu amor aos indigentes, conservou sempre terna devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, bem como um amor à Igreja e uma filial afeição pelo Papa. Faleceu em Maracay, aos 2 de abril de 1967.
Oração:
Deus todo poderoso e cheio de misericórdia, que concedestes à Bem-aventurada Maria de São José, virgem, a graça de vos servir humildemente nos órfãos e nos idosos pobres, dai-nos, por sua intercessão e exemplo, que, reconhecendo o Cristo em nossos irmãos mais necessitados, possamos servi-los com amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora da Graça | 8 de Maio
A Bem-aventurada Virgem Maria, saudada pelo anjo como a “cheia de graça”, passou a ser, naquele mesmo instante, “Mãe da Graça”. Sendo a Mãe de Jesus, o único Mediador, Maria é mãe do Autor da graça e, portanto, dispensadora da graça. “Mater Gratiæ” é o título mais antigo com que a Ordem venerou Nossa Senhora. O Capítulo Geral de 1284 prescreveu o canto cotidiano ou a recitação da antífona “Benedicta Tu” acompanhada de salmos em honra de Nossa Senhora da Graça, como Maria é nela invocada: “Tu Gratiæ Mater”. Também a antífona “Ave Regina cœlorum”, originária do século XIII, dedicava-se a honrar a “Mãe da Graça”. Em 1377, o Capítulo Geral determinou a recitação do versículo “Maria Mater Gratiae”. Em 1807, concedeu-se à Ordem a festa de Nossa Senhora da Graça, celebrada então no dia 1º de junho.
Oração:
Ó Deus que, no misterioso desígnio de vossa providência, quisestes que a Bem-aventurada Virgem Maria desse à luz o Autor da graça, concedei que nos conduza ao porto da eterna salvação, aquela a quem invocamos como Mãe da graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Guilherme Tirry, presbítero e mártir | 12 de Maio
Guilherme Tirry (Corcaigh, Irlanda, 1608 – Clonmel, 12 de maio de 1654) nasceu de honrada família de Corcaigh (ou Cork, em inglês). Ingressou na Ordem quando contava dezoito anos de idade e cursou seus estudos em Valladolid na Espanha, em Paris e em Bruxelas, tendo-se ordenado sacerdote no ano de 1636. Regressou à Irlanda em 1638 e desempenhou diversas atividades pastorais, seja ajudando ao Bispo de Cork, seja como capelão e preceptor de famílias nobres. Em 1650, o culto católico foi proibido pela autoridade civil e Guilherme passou então à clandestinidade, tendo sido procurado pelos soldados. Foi finalmente capturado no dia 25 de março de 1654, um sábado santo, enquanto celebrava a Missa. Conduziram-no ao cárcere, que se situava em Clonmel. Julgado e condenado, foi enforcado no dia 12 de maio de 1654. Contava quarenta e seis anos de idade. Morreu pela liberdade e pela verdade da fé católica. O Bem-aventurado João Paulo II inscreveu seu nome entre os beatificados no dia 27 de setembro de 1992.
Oração:
Deus eterno e todo poderoso, que destes ao Bem-aventurado mártir Guilherme, presbítero, combater até à morte pela unidade da Igreja, concedei, nós vos pedimos, que confirmados na fé cristã pela sua intercessão, mereçamos testemunhar a esperança gloriosa da ressurreição. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora do Socorro | 13 de Maio
A grande inimizade que existe, por decreto divino, entre a Mulher e a Serpente, manifesta-se desde os remotos primórdios do gênero humano (cfr. Gn 3,1-6.13-15) até o fim dos séculos (cfr. Ap 12,1-3.7-12.17). A devoção à Bem-aventurada Virgem Maria sob o título do Socorro apareceu nos primeiros anos do século XIV, na igreja de Santo Agostinho de Palermo, na Sicília. Expandiu-se logo por toda a Ordem, especialmente pelos conventos da Itália, da Espanha e, mais tarde, da América Latina.
Oração:
Ó Deus, que nos destes como mãe a Bem-aventurada Virgem Maria, mãe do vosso filho, concedei que, pelo socorro da sua intercessão e libertos dos males do corpo e da alma, possamos servir-vos alegremente em nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São Alípio e São Possídio, bispos | 16 de Maio
A memória desses santos está intimamente ligada ao nome de Santo Agostinho, quer como religiosos, quer como bispos. Ambos representam muito bem a herança monástica agostiniana. Alípio nasceu em Tagaste (hoje Souk Ahras, na Argélia). Com Agostinho, partilhou os erros da juventude, a conversão, a vida religiosa e os labores apostólicos. Agostinho chama-o “irmão do meu coração”. Viajou uma vez ao Oriente, onde conviveu com São Jerônimo. Foi escolhido Bispo de Tagaste em torno de 394, antes que Agostinho fosse nomeado para Hipona.
O relacionamento de Possídio com Agostinho e com Alípio parece ter começado nos primeiros tempos da fundação do mosteiro de Hipona. Primeiro biógrafo de Santo Agostinho, em sua companhia, como nos narra, “viveu em familiaridade durante quase quarenta anos”. Foi nomeado Bispo de Calama por volta de 397. Com Agostinho e Alípio, participou de concílios na África. Os três contavam-se entre os sete prelados eleitos pelos 266 bispos católicos para falar em nome de todo o episcopado africano na famosa conferência entre católicos e donatistas celebrada em 411, na cidade de Cartago.
A morte de Alípio costuma ser datada em 430; a de Possídio, por volta de 437. A Ordem celebra seu culto desde 1671, e Clemente X o confirmaria, aos 19 de agosto de 1672, mediante o Breve “Alias a Congregatione”.
Oração:
Deus, que fizestes os bispos Alípio e Possídio, unidos fraternalmente a Santo Agostinho, defensores da verdade e propagadores da vida comum; concedei-nos que, de tal modo sejamos livres na verdade e servos no amor, e permaneçamos fiéis em vosso serviço e em vossa vocação. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Guilherme de Toulouse, presbítero | 18 de Maio
Guilherme (Toulouse, França, ca. 1297 – 18 de maio de 1369) entrou na Ordem aos dezenove anos de idade. Terminados os estudos em Paris, passou a maior parte de sua vida em Toulouse. Dotado de delicadeza no trato e de brilhante eloquência, atraiu muitos à vida religiosa. Amou a pobreza e os pobres. Sua vida foi de mortificação, ainda que seu traço mais destacado tenha sido mesmo a oração. Era um homem de oração tanto em casa como quando se achava em viagens: “Orar ou contemplar ou falar de Deus” era sua atividade preferida. Leão XIII confirmou-lhe o culto em 1893.
Oração:
Ó Deus, que chamastes Guilherme para o ministério da pregação do Evangelho e lhe destes o dom da oração e da caridade; concedei-nos ser fiéis à oração e ao amor para vivermos a mensagem evangélica em plenitude. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurados Clemente de Ósimo e Agostinho de Tarano, presbíteros | 19 de Maio
Clemente de Ósimo, onde nasceu, ou de Santo Elpídio, onde se tornou agostiniano (Ósimo, Ancona, séc. XIII – Roma, 8 de abril de 1291), foi Prior provincial da Província da Marca de Ancona e, depois, Prior geral (1271-1274 e 1284-1291). Desempenhando este cargo, veio a falecer. Distinguiu-se pelo amor fraterno, pelo espírito de pobreza e mansidão. Suas relíquias conservam-se na capela da Cúria geral da Ordem de Santo Agostinho. O Papa Clemente XIII confirmou-lhe o culto em 1761.
O Bem-aventurado Agostinho nasceu em Tarano (Rieti). Depois de doutorar-se em Direito civil e canônico na universidade de Bolonha, e tendo entrado na Ordem, foi trazido a Roma pelo Bem-aventurado Clemente, ordenou-se sacerdote e foi nomeado penitenciário da Cúria romana. Foi eleito Prior geral em 1298, renunciando, porém, ao ofício em 1300, para retirar-se ao eremitério de São Leonardo, próximo de Sena. Morreu ao 19 de maio de 1309 ou de 1310. Destacou-se pela humildade, pela observância religiosa e pelo amor à contemplação no retiro da vida comunitária. Suas relíquias conservam-se na igreja de Santo Agostinho em Sena. Teve o culto confirmado por Clemente XIII em 1759.
Clemente e Agostinho revisaram juntos as constituições da Ordem, que viriam a aprovar-se no Capítulo Geral de Ratisbona, em 1290, o que fez com que a fama de ambos sempre fosse grande na história da Ordem.
Oração:
Enviai, Senhor, o espírito de amor que animou os beatos Clemente e Agostinho na revisão das leis e no governo da Ordem, para que, com seu exemplo, cumpramos vossos mandamentos, não por temor do castigo, mas por amor à justiça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Rita de Cássia, religiosa | 22 de Maio
Nasceu em Roccaporena (Cássia, Úmbria), ao redor de 1380. Diante da insistência de seus pais, casou-se, quando contava quatorze anos de idade, com um jovem de boa vontade, mas de índole violenta. Passados dezoito anos de vida conjugal, seu marido foi assassinado. Rita não só perdoou seus assassinos, como também manifestou ao Senhor, em suas preces, que preferia ver seus dois filhos mortos, antes que envolvidos num crime de vingança. Com efeito, ambos morreriam pouco depois do assassinato do pai. Rita empenhou-se sobremaneira em conseguir uma reconciliação pública entre a sua família, a de seu marido morto e a dos assassinos. Foi, por fim, admitida no mosteiro agostiniano de Santa Maria Madalena, em Cássia, onde levou vida religiosa por cerca de quarenta anos, quinze dos quais, os últimos anos de sua vida, levou o estigma de um espinho da paixão do Senhor. Morreu na noite do sábado, 22 de maio de 1457 conforme o calendário pisano, ou de 1456 de acordo com o cômputo atual. Característica peculiar de Santa Rita foi ter passado por todos os estados de vida, superando os sofrimentos com amor generoso e fortaleza, e sendo sempre mensageira de reconciliação e de paz. Seu corpo é venerado em Cássia, no Santuário a ela dedicado.
Oração:
Pai do céu, que concedestes a Santa Rita de Cássia participar dos padecimentos de vosso Filho, concedei-nos aceitar com paciência nossos sofrimentos, para que cheguemos a participar mais intimamente do mistério pascal de Jesus Cristo, que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Tiago de Viterbo, bispo | 4 de Junho
Tiago (Viterbo, em torno ao ano 1255 – Nápoles, 1307/1308), tendo ingressado na Ordem, foi enviado a Paris em razão de seus estudos, onde teve por mestre o grande agostiniano Egídio (ou Gil) Romano. Obteve o doutorado, e assim, em Paris e em Nápoles, exerceu a docência. Em 1302, foi nomeado Bispo de Benevento e, pouco depois, aos 12 de dezembro daquele mesmo ano, Bispo de Nápoles. Escreveu obras de grande relevo, nas quais resplandece um amor sincero à Igreja e à doutrina de Santo Agostinho.
Jordão de Saxônia, no livro Vitasfratrum (II, 4), narra acerca de um debate surgido entre os Bem-aventurados Tiago de Viterbo e Agostinho de Tarano, então Prior geral, durante o Capítulo Geral de 1300. Tal episódio lança um raio de luz sobre a maturidade e as virtudes que animavam esses grandes varões da história dos primeiros séculos da Ordem. São Pio X confirmou o culto do Bem-aventurado Tiago de Viterbo em 1911.
Oração:
Senhor, que no beato Tiago destes à Igreja um pastor zeloso e um mestre das verdades da fé; concedei-nos, por sua intercessão, dediquemo-nos com todas as nossas forças ao serviço da Igreja e de nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São João de Sahagún, presbítero | 12 de Junho
João (Sahagún, Leão, Espanha, por volta de 1430 – Salamanca, 11 de junho de 1479), nasceu de família distinta. Levando-se em conta sua índole e convicções, foi colocado a serviço do íntegro Bispo de Burgos, Afonso de Cartagena, que o ordenou sacerdote. Como a vida na cúria diocesana não lhe trouxesse a mínima satisfação, nem a promessa de ser cônego lhe bastasse para que permanecesse em Burgos, dirigiu-se a Salamanca, onde ao mesmo tempo em que continuava seus estudos, dedicou-se intensamente à pregação. Atraído pela fama de que gozava a florescente comunidade agostiniana daquela cidade, ingressou na Ordem de Santo Agostinho aos 18 de junho de 1463, emitindo seus votos no dia 28 de agosto de 1464 e tomando o nome de Frei João de Sahagún. Cheio de humildade e sinceridade, foi um infatigável pregador e um promotor da paz e da convivência social, além de solícito defensor dos direitos dos servos e dos trabalhadores braçais. Foi profundamente devoto da Santíssima Eucaristia.
Oração:
Deus, autor da paz e fonte da caridade, que destes a São João de Sahagún a graça maravilhosa de pacificar os ânimos; fazei que nós, a seu exemplo, permaneçamos firmes na caridade e jamais nos separemos do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Madalena Albrici, virgem | 17 de Julho
Madalena Albrici nasceu em Como, por volta de 1415. Foi uma admirável propagadora da vida agostiniana. Graças à sua ação, muitas consagradas que já viviam em comum passaram à vida religiosa na Ordem, e consta que fizesse isso também em relação a certos homens que viviam perto de Como, segundo a forma de viver dos terciários. Pouco a pouco, foram-se agregando diversos mosteiros de monjas à família agostiniana. As irmãs que viviam em sua companhia eram por ela aconselhadas a buscar uma perfeição mais elevada nas virtudes e a desejar viver sempre como súditas antes que como superioras. Resplandecente pela pureza de vida e pela caridade em relação a todos, migrou desta vida no mês de maio de 1465, provavelmente, no dia 15. São Pio X confirmou-lhe o culto em 1907. Suas relíquias veneram-se na igreja catedral de Como.
Oração:
Deus que amais a pureza e que cumulastes a beata Madalena, inflamada no amor à paixão e à morte de vosso Filho Jesus Cristo; concedei-nos imitar sua pureza e caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado João de Rieti, religioso | 2 de Agosto
O Bem-aventurado João (Porchiano di Amelia, Terni, por volta de 1299 – Rieti, 1316) constitui exemplo de santidade adquirida em pouco tempo e durante a idade juvenil. Com efeito, morreria aos dezessete anos de idade, recém professo, no convento de Rieti.
Tal como o descreve Jordão de Saxônia no célebre Vitasfratrum: “João era simples, humilde e sempre alegre, seguia a vida comum na alimentação e em tudo que se refere à vida da comunidade. Era irrepreensivelmente social... Servia com muito amor e caridade a todos os irmãos”.
Suas relíquias conservam-se na igreja de Santo Agostinho de Rieti. O Papa Gregório XVI confirmou-lhe o culto em 1832.
Oração:
Ó Deus, cujo Filho foi para nós exemplo de humildade e prometeu aos puros de coração ver a Deus; concedei a vossos servos, por intercessão do Beato João, vos servir fielmente com humildade e pureza de coração. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Clara da Cruz de Montefalco, virgem | 17 de Agosto
Clara (Montefalco, Perúsia, viveu entre 1268 – 1308), aos seis anos de idade, entrou num beatério, fora dos muros da cidade, onde sua irmã Joana e outras companheiras levavam uma vida austera. Em 1290, aquele beatério foi erigido em mosteiro sob a Regra de Santo Agostinho. Clara emitiu então sua profissão religiosa, assumindo o nome de Clara da Cruz. Morta sua irmã Joana, aos 22 de novembro de 1291, sucedeu-lhe no cargo de abadessa, ocupando-o a partir de então até sua morte, ocorrida no dia 17 de agosto de 1308.
A espiritualidade de Santa Clara distingue-se pelo amor à Paixão de Cristo e pela devoção à Santa Cruz. No final de sua vida, afirmava ter no coração a cruz de Cristo. Após sua morte, conta-se, as irmãs quiseram confirmar a veracidade e o sentido daquelas palavras. Ao extraírem, pois, seu coração, acharam nele impressas as insígnias da Paixão de Cristo. Seu corpo é conservado com veneração na igreja das monjas agostinianas de Montefalco.
Oração:
Senhor, nosso Deus, que renovastes a vida de Santa Clara de Montefalco com a meditação da Paixão; concedei-nos seguir seu exemplo e renovar constantemente vossa imagem em nós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santo Ezequiel Moreno, bispo | 19 de Agosto
Ezequiel (Alfaro, La Rioja, Espanha, 9 de abril de 1848 – Monteagudo, Navarra, 19 de agosto de 1906), aos dezessete anos de idade, emitiu seus votos na Recoleção no dia 22 de setembro de 1865. Ordenou-se sacerdote em Manila (Filipinas) aos 3 de junho de 1871. Durante quinze anos, exerceu nas Filipinas o ministério pastoral imbuído de ardente zelo apostólico. A partir de 1888, dedicou sua multiforme atividade à Colômbia: restaurou a Província da Candelária e deu início ali a uma nova etapa missionária, tendo sido nomeado, em 1893, como primeiro Vigário Apostólico de Casanare e, mais tarde, em 1895, Bispo de Pasto. Foi grande devoto do Sagrado Coração de Jesus e mostrou sempre um intenso amor à Ordem.
Tendo regressado à Espanha, por causa de um tumor maligno, morreu, poucos meses depois, aos 19 de agosto de 1906, no mesmo convento de Monteagudo (Navarra), onde havia emitido seus votos e onde exercera, anos mais tarde, o ofício de prior. Foi beatificado pelo Papa Paulo VI, no dia 1º de novembro de 1975, e canonizado pelo Bem-aventurado João Paulo II, aos 11 de outubro de 1992, no contexto das celebrações do quinto centenário de evangelização da América.
Oração:
Nós vos agradecemos, Senhor, por conceder-nos em Santo Ezequiel um perfeito modelo de fidelidade ao Evangelho, um ardente operário de vossa Igreja e um Pastor segundo o coração de vosso Filho. Nós vos pedimos por sua intercessão, conceder-nos viver, com alegria, nosso testemunho cristão e imitar, sobretudo, seu ardente amor e sua total disponibilidade de serviço a Igreja e aos homens. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São Liberato, São Bonifácio e Companheiros, mártires | 26 de Agosto
Entre os mosteiros africanos que nossa Ordem considerou fundamentalmente de inspiração e vida agostinianas, tem especial importância, em razão do martírio de seus religiosos, o de Gafsa, na atual Tunísia. Após o edito do rei Hunerico, em 484, mandando entregar os mosteiros e seus moradores aos mouros, os sete religiosos que compunham a comunidade de dito mosteiro foram presos. Tendo eles enfrentado provações muito duras, foram mortos, por fim, em Cartago, dando um grande exemplo de fortaleza na fé e de união fraterna. Eis os seus nomes: Liberato, superior do mosteiro, Bonifácio, diácono, Sérvio e Rústico, subdiáconos, Rogato, Sétimo e Máximo. A celebração de seu ofício foi concedida à Ordem aos 6 de junho de 1671.
Oração:
Senhor Deus, que nos santos mártires Liberato, Bonifácio e companheiros, fortalecidos com o poder do Espírito Santo, destes-nos um exemplo de coragem e união fraterna; concedei-nos, por sua intercessão, que, em meio às vicissitudes deste mundo, permaneçamos sempre fiéis a Cristo e vivamos na unidade do amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho | 27 de Agosto
Mônica (Tagaste, hoje Souk-Ahras, na Argélia, 331 ou 332 – Óstia Tiberina, 387) nasceu de uma família profundamente cristã e de boa posição social. Casou-se, ainda jovem, com Patrício, que ainda não era cristão. Graças à sua paciência e ao seu exemplo, leva Patrício a abraçar a fé e consegue, também, a conversão de Agostinho, seu “filho de tantas lágrimas”, em cujo batismo, exultante de alegria, esteve presente. Quando se preparava para voltar à África na companhia de Agostinho e seus companheiros, morre em Óstia Tiberina, porto marítimo de Roma, aos cinquenta e cinco anos de idade, durante o outono, mas certamente antes do dia 13 de novembro de 387. Cerca de duas semanas antes, mãe e filho tiveram a doce experiência do êxtase de Óstia. Suas relíquias são veneradas na igreja de Santo Agostinho, em Roma.
Oração:
Senhor, nosso Deus e nossa misericórdia, que cumulastes Santa Mônica com o carisma de reconciliar os homens entre si e convosco, concedei-nos ser mensageiros da paz e da unidade, dirigindo para vós os corações com o exemplo de nossa vida. Por Cristo, nosso Senhor. Amém.
Nosso Pai Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja | 28 de Agosto
A vida de Santo Agostinho (354-430) transcorreu num tempo de crise e de transição. No dia 28 de agosto de 430, Hipona estava sitiada por exércitos vandálicos. Agostinho morria sentindo profundamente aquela dramática e dolorosa situação. Desde sua ordenação sacerdotal (391), mas sobretudo desde sua ordenação episcopal (395), identificara-se com a causa de Deus no serviço à Igreja. A promoção da unidade eclesial foi sua grande preocupação. Fundou comunidades religiosas para viverem em profundidade essa unidade e quis que elas fossem, assim, sinal e fermento de unidade. Depois de sua morte, na expressão de São Possídio, Agostinho permanece triunfalmente vivo nos livros que legou à posteridade. Suas relíquias conservam-se na igreja agostiniana de São Pedro in Ciel d'Oro, em Pavia.
Santo Agostinho é o pai do carisma da nossa Ordem e nosso inspirador na teologia, na espiritualidade e na vida de consagração religiosa.
Oração:
Senhor, despertai na vossa Igreja o espírito que animou nosso Pai Santo Agostinho, para que todos nós, sedentos da verdadeira sabedoria, não nos cansemos de vos procurar, fonte viva do amor eterno. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Nossa Senhora da Consolação e Correia | 4 de Setembro
Pelo menos desde o século XVII, o título principal com que a Ordem venera Nossa Senhora é o de “Mater Consolationis” (Mãe da Consolação) ou “Mater Cincturatorum” (Mãe dos Cinturados). Já em 1439, a Ordem obtivera a faculdade de instituir para os fiéis leigos as confrarias de cinturados. Uma piedosa tradição, nascida na Ordem, narra que Maria Santíssima teria aparecido a Santa Mônica, quando esta se achava imersa em tristeza por causa de seu filho Agostinho, consolando-a e dando-lhe uma correia. Com correias semelhantes, mais tarde, o próprio Agostinho e seus irmãos se cingiriam.
A iconografia costuma representar a Santíssima Virgem Maria e, em seu colo, o Menino Jesus, oferecendo respectivas correias a Santo Agostinho e a Santa Mônica. Em 1495, na igreja agostiniana de Bolonha, nasceu a confraria de Santa Maria da Consolação. Em 1575, as duas confrarias até então existentes, a saber, a dos cinturados e a da Consolação, uniram-se para constituir a Arquiconfraria de Nossa Senhora da Consolação e Correia, enriquecida pela Sé Apostólica com muitas indulgências.
Maria Santíssima é venerada como Mãe da Consolação porque, através dela, “Deus enviou ao mundo o Consolador, Jesus Cristo”. A participação nas dores da paixão de seu divino Filho e nas alegrias da ressurreição dá a Maria as condições necessárias para levar consolação a todos, quaisquer que sejam as aflições em que eles se encontrem. Depois da ascensão do Senhor, e em união com os Apóstolos, Maria implorou o dom do Espírito Consolador; agora, elevada ao céu, “também brilha aqui na terra como sinal da esperança segura e do conforto para o povo de Deus em peregrinação, até que chegue o dia do Senhor” (LG 68).
Oração:
Ó Deus, que por intermédio da Virgem Maria, vos dignastes enviar ao vosso povo a verdadeira consolação, Jesus Cristo; concedei-nos, pela intercessão da mesma Virgem Maria, sejamos consolados em nossos trabalhos e aprendamos a partilhar com nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São Nicolau de Tolentino, presbítero | 10 de Setembro
Nicolau (S. Ângelo in Pontano, Macerata, 1245 – Tolentino, 10 de setembro de 1305) professou na Ordem ainda muito jovem em sua terra natal. Ordenado sacerdote, obteve a faculdade de pregador e residiu em conventos diversos por toda a extensão da província picena.
Passou quase totalmente seus últimos trinta anos em Tolentino, cidade que tomara por pátria de adoção, e ali morreu aos 10 de setembro de 1305, com grande fama de santidade e de realizar milagres. São Nicolau revelou-se o maior luzeiro de vida santa entre os nossos antepassados, autêntico modelo de vida consagrada agostiniana: soube conjugar sabiamente, nos primeiros alvores da história da Ordem, a vida comum, a oração e a contemplação com as exigências de uma frutuosa vida apostólica.
Oração:
Nós vos pedimos, Deus todo-poderoso concedei à Igreja, alegre com a glória das virtudes e milagres de São Nicolau de Tolentino viver por sua intercessão, na paz e na unidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santo Afonso de Orozco, presbítero | 19 de Setembro
Afonso (Oropesa, Toledo, 17 de outubro de 1500 – Madrid, 19 de setembro de 1591) foi enviado pelos pais a estudar na Universidade de Salamanca e, naquela cidade, ingressou juntamente com seu irmão Francisco no noviciado agostiniano, aos 8 de junho de 1522. Pregar e escrever foram suas principais atividades. Ternamente devoto de Nossa Senhora, considerou toda a sua atividade literária como fruto de um mandato direto de Maria Santíssima. Ser missionário no México foi um dos seus grandes desejos, embora seu débil estado de saúde nunca lhe tivesse permitido realizá-lo. Insigne asceta e místico, sofreu, por quase trinta anos, uma grande crise de escrúpulos, atormentado pela aridez espiritual. Morreu em Madrid, aos 19 de setembro de 1591. Foi beatificado por Leão XIII em 1882 e canonizado pelo Bem-aventurado João Paulo II aos 19 de maio de 2002.
Oração:
Senhor que confiaste a Santo Afonso de Orozco o Evangelho, para que o levasse aos fiéis: concedei-nos, por sua intercessão, seguindo seu exemplo, saibamos partilhar com toda a comunidade eclesial o que vos dignais operar em cada um de nós e em nossa comunidade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Josefa da Purificação (Raimunda) Masiá Ferragut, virgem e mártir | 22 de Setembro
A perseguição religiosa que a Igreja sofreu na Espanha, em 1936, produziu um grande número de mártires. Entre eles, refulge a bem-aventurada Josefa da Purificação Masiá Ferragut, que nasceu em Algemesí, em 1887, professou no mosteiro das agostinianas descalças de Benigánim, e, juntamente com sua mãe Teresa Ferragut e suas irmãs capuchinhas Maria Jesus, Maria Verônica e Maria Felicidade, obteve a palma do martírio em Alcira (Valência), aos 25 de outubro de 1936. Fiel à sua consagração religiosa, entregou a vida em testemunho da fé, unindo assim as coroas do martírio e da virgindade.
Oração:
Ó Deus, que hoje nos alegrais com a comemoração anual da Bem-aventurada Josefa da Purificação, vossa virgem e mártir, concedei propício o auxílio de seus méritos aos que somos iluminados por seus exemplos e castidade e fortaleza. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurados Pedro de Zúñiga, Bartolomé Gutiérrez, presbíteros, e Companheiros, mártires | 28 de Setembro
Em 1602, os primeiros missionários agostinianos entraram no Japão. A perseguição, porém, surgiu impetuosa, em meio de tanta esperança. Houve centenas de agostinianos e agostinianos recoletos – entre religiosos, terciários e cinturados – que, entre 1617 e 1637, derramaram o sangue, sujeitos a atrozes suplícios, em testemunho da fé cristã. Entre eles, recordamos, na presente celebração, o primeiro grupo beatificado em 1867 pelo Bem-aventurado Pio IX, composto pelos seguintes mártires: o Pe. Fernando de São José e seu catequista, o cinturado André Yoshida, mortos em 1617; o Pe. Pedro de Zúñiga, em 1622; o Irmão João Shozaburo, os oblatos Miguel Kiuchi Tayemon, Pedro Kuhieye e Tomás Terai Kahioye, e os terciários Mâncio Seizayemon e Lourenço Hachizo, martirizados em 1630; e, por fim, os padres Bartolomeu Gutiérrez, Vicente de Santo Antônio e Francisco de Jesus, em 1632. Além dos quais, celebramos também os padres recoletos Martinho de São Nicolau e Melquior de Santo Agostinho, igualmente martirizados em 1632, e beatificados posteriormente, aos 23 de abril de 1989, pelo Bem-aventurado João Paulo II.
A memória desses mártires revela a universalidade da vida agostiniana (eles representam, com efeito, quatro nações, a saber, Japão, México, Espanha e Portugal), manifestando o comum testemunho da fé de sacerdotes, irmãos não clérigos e leigos agostinianos, e a mesma herança partilhada pelas famílias agostinianas.
Oração:
Deus, Pai de bondade, que concedestes aos bem-aventurados mártires do Japão, a graça de sentir-se, pelo vínculo da religião, uma família, a serviço do Evangelho, mais unida e mais íntima que a do sangue: dai-nos, por sua intercessão, ter sempre uma só alma e um só coração dirigidos para vós. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém
Bem-aventurado Antônio Patrizi, presbítero | 9 de Outubro
O Bem-aventurado Antônio nasceu e viveu em Sena (Toscana), na segunda metade do século XIII. Ingressou no convento agostiniano de Lecceto, sendo transferido, mais tarde, ao de Monticiano, onde viria a morrer, numa noite de 1311, quando se dispunha a visitar um amigo no ermo de Camerata. A dimensão contemplativa – tão importante na espiritualidade agostiniana – tem em Antônio Patrizi um singular expoente. Sua contemplação traduziu-se num profundo amor a Deus e num incansável e exemplar serviço aos irmãos, sempre aberto às diversas necessidades da Igreja. Em sua memória, ilustra-se o fervor dos primeiros anos de vida da Ordem de Santo Agostinho. Seu culto, que provém de tempos imemoriais, foi confirmado em 1805.
Oração:
Ó Deus, que atraístes admiravelmente o Bem-aventurado Antônio, presbítero, a uma vida de silêncio e contemplação, concedei que seu exemplo nos anime no conhecimento das realidades eternas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santo Tomás de Vilanova, bispo | 10 de Outubro
Tomás (Fuenllana, Ciudad Real, Espanha, 1486 – Valência, 8 de setembro de 1555) emitiu sua profissão na Ordem aos 25 de novembro de 1517. Exerceu por duas vezes o encargo de Prior provincial. Aos 10 de outubro de 1544, foi eleito Arcebispo de Valência, cidade onde viria a falecer no dia 8 de setembro de 1555. Suas relíquias expõem-se à veneração dos fiéis na igreja catedral de Valência.
A personalidade forte de Santo Tomás e sua diligente atividade pastoral podem assim resumir-se: foi ele um dos maiores exemplos de promoção da reforma da Igreja na Espanha durante o período pré-tridentino e distinguiu-se de tal maneira por sua ardente caridade em relação aos pobres e às classes sociais menos favorecidas, que foi chamado “esmoler de Deus”. Impulsionou sobremaneira os estudos, principalmente na Ordem, a ponto de ser considerado o padroeiro dos estudos que nela se realizam. Sustentou igualmente a atividade missionária da Ordem na evangelização do continente americano, enviando os primeiros frades para o Novo Mundo. Foi canonizado pelo Papa Alexandre VII, no dia de Todos os Santos, 1º de novembro de 1658, quando a Congregação de Agostinianos Recoletos já lhe dedicava uma de suas províncias.
Oração:
Enviai, Senhor, à vossa Igreja pastores cheios de uma caridade iluminada pela ciência, para que seguindo o exemplo de Santo Tomás de Vilanova, levem-nos a cultivar a ciência e a colocá-la a serviço da caridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Elias do Socorro Nieves, presbítero e mártir | 11 de Outubro
Mateus Elias Nieves Castillo (São Pedro de Yuríria, México, 21 de setembro de 1882 – La Cañada de Caracheo, 10 de março de 1928), nasceu de família camponesa. Órfão de pai, teve de assumir a obrigação de sustentar a casa. Ingressou na Ordem de Santo Agostinho em 1903 e, ordenado sacerdote aos 19 de abril de 1916, foi nomeado pároco da localidade de La Cañada. Quando o governo do país, hostil à Igreja, obrigou os sacerdotes a se retirarem das cidades, Frei Elias do Socorro escondeu-se numa gruta a fim de não abandonar os seus fiéis, aos quais continuou prestando assistência tanto material como espiritual. Descoberto e capturado pelos soldados do governo, foi assassinado a tiros no dia 10 de março de 1928, não sem antes abençoar os seus próprios assassinos e distribuir entre eles seus objetos pessoais. Suas últimas palavras foram: “Viva Cristo Rei!”. Foi beatificado pelo Bem-aventurado João Paulo II no dia 12 de outubro de 1997.
Oração:
Senhor nosso Deus, que destes ao Bem-aventurado Elias do Socorro a graça de servir diligentemente o vosso rebanho e de manifestar seu amor a vós pelo sacrifício da própria vida, concedei que, por sua intercessão, sejamos sempre testemunhas da fé e do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurada Maria Teresa Fasce, virgem | 12 de Outubro
Maria Teresa Fasce (Torriglia, Gênova, 27 de dezembro de 1881 – Cássia, 18 de janeiro de 1947) nasceu de uma família genovesa acomodada. Seduzida pela santidade de Rita de Cássia, que fora então canonizada por Leão XIII em 1900, Maria Teresa ingressou no mosteiro das agostinianas de Cássia no ano de 1906. Durante alguns anos, foi vigária do mosteiro até que, em 1920, aos 39 anos de idade, foi eleita abadessa por unanimidade, cargo para o qual, a cada três anos, seria reeleita ininterruptamente até o dia de sua morte.
Dedicou sua vida a difundir, com constância e inteligência, o culto a Santa Rita, a cuja intercessão devia sua própria vocação. Deu início às obras que fariam de Cássia um lugar de espiritualidade e de caridade, tal como hoje é conhecido no mundo inteiro. Com grande fortaleza e espírito de fé, padeceu enfermidades corporais e espirituais. Morreu serenamente aos 18 dias de janeiro de 1947, quando contava 66 anos de idade. Foi beatificada pelo Bem-aventurado João Paulo II no dia 12 de outubro de 1997.
Oração:
Ó Deus, que revelastes os segredos da vossa intimidade à Bem-aventurada Maria Teresa, chamando-a à vida contemplativa, e dela fizestes instrumento da vossa benevolência para com os pequenos e necessitados, concedei, por sua intercessão que amemos a vós sobre todas as coisas e em vós e por vós aos nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Comemoração dos Benfeitores Falecidos da Ordem | 13 de Outubro
A comemoração dos benfeitores falecidos foi prescrita pelas Constituições de Ratisbona, em 1290, com o objetivo de recordar, ante a presença do Senhor, todos aqueles que, de um modo ou de outro, prestaram sua ajuda às atividades da Ordem. Até 1672, tal comemoração era unida à dos familiares falecidos dos membros da Ordem. Naquele ano, foi então instituída uma comemoração particular para os benfeitores falecidos, a celebrar-se no dia 7 de julho, enquanto a comemoração dos religiosos falecidos, até então celebrada neste dia, foi transferida para 14 de novembro. São Pio X deslocaria ainda a comemoração dos benfeitores falecidos para 8 de julho e a reforma litúrgica de 1975 a colocaria no dia 10 de outubro. Atualmente, celebra-se na presente data.
Oração:
Deus, Pai de misericórdia e de perdão, ouvi as preces de vossa família e concedei a todos os benfeitores de nossa Ordem, que adormeceram em Cristo, o descanso eterno, a ditosa paz e a luz da eterna claridade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Gonçalo de Lagos, presbítero | 14 de Outubro
Gonçalo (Lagos, Algarve, Portugal, em torno de 1360 – Torres Vedras, 15 de outubro de 1422) era filho de pescadores. Ingressou na Ordem em Lisboa, por volta de 1380. Teólogo insigne, recusou o título de Mestre em Teologia. Bom orador, gostava de ensinar o catecismo às crianças, aos operários e aos ignorantes. Prior de vários importantes conventos portugueses, procurava servir com amor aos irmãos nas mais humildes funções. Foi exímio calígrafo e decorador, escrevendo diversos livros destinados ao uso coral. Faleceu em Torres Vedras, aos 15 de outubro de 1422. Suas relíquias conservam-se na igreja outrora agostiniana de Santa Maria da Graça. Pio VI conformou-lhe o culto aos 23 de maio de 1778.
Oração:
Senhor que conduzistes o Beato Gonçalo à glória celestial, pelo caminho da humildade, ajudai-nos a seguir, com espírito humilde, seu exemplo de total entrega aos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Santa Madalena de Nagasáki, virgem e mártir | 20 de Outubro
Madalena (Nagasáki, 1611 – 1634), era filha de pais cristãos que também sofreram o martírio pela fé. Consagrou-se a Deus, tendo como conselheiros espirituais os Bem-aventurados Francisco de Jesus e Vicente de Santo Antônio, agostinianos recoletos, que a receberam na Ordem como terciária. No mês de setembro de 1634, para robustecer a fé titubeante de muitos fiéis cristãos, diante da perseguição, entregou-se espontaneamente às autoridades, proclamando-se cristã. Cruelmente atormentada, porém firme na sua profissão de fé, foi condenada ao suplício do fosso, que implicava em ser suspensa pelos pés, tendo a cabeça introduzida em um buraco na terra. Assim permaneceu por quatorze dias, depois dos quais ela morreu, aos 23 anos de idade, afogada pela água que tinha inundado o fosso. O Bem-aventurado João Paulo II beatificou-a em 1981 e canonizou-a aos 18 de outubro de 1987. Em 1989, Santa Madalena de Nagasáki foi declarada padroeira da Fraternidade Secular Agostiniana Recoleta.
Oração:
Senhor nosso Deus, vossa mártir Madalena de Nagasaki pregou sem desfalecer o Evangelho e, num supremo ato de amor, derramou seu sangue por Vós. Concedei-nos, por sua intercessão, ser fiéis testemunhas de vossa palavra e ser associados um dia ao seu triunfo no céu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São Guilherme, eremita, e Bem-aventurado João Bom, religioso | 23 de Outubro
Guilherme, natural da França, foi chamado também São Guilherme, o Grande, ou de Malavalle. Depois de uma vida de pecados, converteu-se e entregou-se à vida eremítica, em diversos lugares da Toscana. Veio a falecer em Malavalle, perto de Castiglione della Pescaia (Grosseto), no dia 10 de fevereiro de 1157. Seus dois últimos discípulos, seguindo o seu espírito, deram origem à Ordem de São Guilherme. A mesma viria a ser integrada na Ordem dos Eremitas de Santo Agostinho na grande união de 1256 e, embora dela separando-se já no ano seguinte, alguns de seus membros permaneceriam entre nós. Ainda no século XIII, nossa Ordem começou a dar-lhe culto.
João Bom nasceu em Mântua por volta de 1169. Tivera uma vida dissipada e fora jogral da corte. Tendo-se curado de grave enfermidade, abraçou a vida eremítica em cumprimento de um voto. Sua fama espalhou-se e muitos devotos a ele se uniram, nascendo assim, em Botriolo (Cesena) a Ordem dos Irmãos de João Bom, ou jambonitas. Morreu aos 16 de outubro de 1249, em Mântua, em cuja catedral se conservam suas relíquias. Distinguiu-se por seu espírito de penitência, pela fé em Deus e pelo amor à Igreja. Sua Ordem passou a integrar a Ordem Agostiniana na união de 1256. Seu culto foi permitido pelo Papa Sisto IV, por meio da bula “Licet Sedes Apostolica”, de 1483, e por isso seu nome foi inscrito no Martirológio Romano. Seu ofício foi concedido à Ordem em 1672. A celebração de hoje recorda aquela época histórica do eremitismo (séculos XII-XIII), relacionada geralmente ao marco legendário das remotas origens da Ordem Agostiniana.
Oração:
Deus, nosso Pai, que concedestes a São Guilherme e ao Beato João Bom um verdadeiro espírito de penitência e contemplação: dai-nos, seguindo seus exemplos, sejamos guiados pelo espírito do vosso amor. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
São João Stone, presbítero e mártir | 25 de Outubro
João Stone (Cantuária, Inglaterra, + 27 de dezembro de 1539) vivia no convento agostiniano de Cantuária, sua cidade natal, quando, aos 14 de dezembro de 1538, apresentou-se um procurador do rei Henrique VIII com o intuito de decretar o fechamento daquela casa religiosa. João foi o único entre os frades daquela comunidade a declarar corajosamente que “o rei não pode ser a cabeça da Igreja na Inglaterra”, dizendo-se preparado para morrer pela fé católica. Preso, João preparou-se para o martírio, acrescentando penitências voluntárias às asperezas do cárcere. Um ano depois, no dia 27 de dezembro, João foi arrastado até uma colina da cidade de Cantuária, chamada Dane John, onde foi enforcado e, em seguida, esquartejado, conforme o costume da época. São João Stone recebeu o martírio pelo amor de Cristo e pela verdade da fé católica. Foi canonizado pelo Papa Paulo VI, a 25 de outubro de 1970, em meio a um grupo de quarenta mártires ingleses.
Oração:
Ó Deus, que concedestes ao nosso irmão São João Stone a fortaleza para testemunhar com o martírio sua vida consagrada, dai-nos, por sua intercessão, ser, por nossa vida de fé, testemunhas vossas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Mariano de La Mata Aparício, presbítero | 5 de Novembro
Nascido em Barrio de la Puebla, Palência (Espanha) aos 30 de dezembro de 1905, emitiu seus votos solenes, na Ordem de Santo Agostinho, em 1927 e foi ordenado sacerdote em 1930. Depois de uma breve permanência na Espanha, foi destinado ao Brasil em 1931, onde exerceu o ministério presbiteral, com singular alegria e zelo apostólico, durante 52 anos. Dedicou especial atenção à promoção das Oficinas de Santa Rita, das quais chegou a abrir mais de duzentos centros, empenhados na costura para os mais necessitados e muito conhecidos pelos cidadãos de São Paulo. Foi homem de grande piedade, de oração intensa e mui devoto da Eucaristia e de Nossa Senhora. Morreu em São Paulo (Brasil), no dia 5 de abril de 1983. Foi beatificado pelo Papa Bento XVI, aos 5 de novembro de 2006.
Oração:
Deus, autor da paz e fonte da caridade, que concedestes ao Bem-aventurado Mariano um admirável espírito de paciência e serviço aos pobres e enfermos, nós vos suplicamos que, fortalecidos por sua intercessão, sirvamos sempre com amor aos nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Comemoração dos Membros Falecidos da Ordem | 6 de Novembro
As Constituições Ratisbonenses, aprovadas em 1290, prescreviam em seu sexto capítulo: “Celebre-se, a cada ano, em todo e qualquer convento de nossa Ordem, o aniversário dos nossos irmãos falecidos, no dia imediatamente seguinte à Oitava da solenidade dos Apóstolos São Pedro e São Paulo [ou seja, no dia 7 de julho]” (cap. VI, n. 44). Em 1672, tal celebração seria transferida para o dia 14 de novembro, dia seguinte à festa de Todos os Santos da Ordem e, finalmente, na reforma litúrgica de 1975, foi-lhe designado o dia 6 de novembro.
Oração:
Ó Deus, que ressuscitastes Jesus Cristo e o constituístes primícias dos que adormecem, concedei a paz aos nossos irmãos defuntos, a paz do descanso, a paz do sábado, a paz sem ocaso. Por nosso Senhor Jesus Cristo vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Graça de Kótor, religioso | 7 de Novembro
Graça (Mula, próximo a Kótor, ou latinamente Cátaro, no território da atual república de Montenegro (Carna Gora), ex-Iugoslávia, 27 de novembro de 1438 – Veneza, 8 de novembro de 1508) trabalhou como marinheiro até os trinta anos de idade. Depois de ter ouvido, em Veneza, a pregação do célebre agostiniano Simão de Camerino, decidiu ingressar na Ordem como irmão não-clérigo e passou o restante de seus anos em Veneza, distinguindo-se por uma profunda humildade, amor ao trabalho, espírito de penitência e ardente devoção à Eucaristia. Seus restos foram trasladados a sua aldeia natal. O Papa Leão XIII confirmou-lhe o culto em 1889.
Oração:
Ó Deus, que glorificastes o Beato Graça por sua vida de humildade, dedicação ao trabalho e espírito de penitência; concedei-nos, por sua intercessão, seguir fielmente nossa vocação, para difundir, pela vida e pela palavra, a glória de vosso nome. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Avelino Rodríguez Alonso, presbítero, e Companheiros, mártires | 8 de Novembro
Avelino Rodríguez Alonso e noventa e sete companheiros da Ordem de Santo Agostinho não temeram confessar o Cristo Senhor diante dos homens. Deram testemunho de sua fé tanto em tempos de paz como durante a perseguição contra a Igreja que recrudesceu na Espanha entre os anos 1931 e 1939. Padeceram injúrias e todo tipo de tribulações pelo amor de Cristo. Rezavam entre aqueles que, com eles, se achavam presos, ofereciam consolo a outros prisioneiros e mostravam-se felizes por haverem de imolar a própria vida em fidelidade ao Redentor. Todos receberam com serenidade de espírito a injusta condenação que lhes foi infligida e entregaram a vida destemidamente. Foram beatificados pelo Papa Bento XVI, junto a outros quatrocentos mártires do mesmo período, no dia 28 de outubro de 2007.
Oração:
Ó Deus, que fizestes os Bem-aventurados Avelino, presbítero, e seus companheiros, mártires, com o auxílio de vossa Mãe Santíssima, imitadores de Cristo até derramarem o próprio sangue, concedei que, por seu exemplo e intercessão, professemos firmemente a nossa fé com palavras e obras. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Todos os Santos da Ordem | 13 de Novembro
No dia de hoje, aniversário natalício de nosso Pai Santo Agostinho (que nasceu no dia 13 de novembro de 354), celebram-se em única festividade, juntamente com os santos e bem-aventurados das três Ordens agostinianas, cuja santidade foi reconhecida pela Igreja, todos os religiosos e religiosas santos, de todas as nações, tribos, povos e línguas, cujos nomes estão escritos no livro da vida (cfr. Ap 7, 9; 20,12).
A presente celebração é nossa ação de graças a Deus porque derramou abundantemente o dom da santidade na história das nossas três Ordens, além de ser um convite a que sigamos os passos de tantos irmãos e irmãs que seguiram com entusiasmo o Evangelho de Cristo, vivendo assim sua consagração ao Senhor.
Oração:
Ó Deus, fonte de toda santidade, que fizestes brilhar nos santos de nossa Ordem as maravilhas da vossa graça multiforme; concedei-nos que, em comunhão com os irmãos que já chegaram à pátria celestial, desejemos cada vez mais a união com Jesus Cristo, caminho, verdade e vida. Ele que vive e reina convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém.
Bem-aventurado Frederico de Ratisbona, religioso | 29 de Novembro
Frederico (Regensburg, ou latinamente Ratisbona, Alemanha, + 29 de novembro de 1329) ingressou na Ordem como irmão não-clérigo naquele mesmo convento em que, em 1290, foram aprovadas as Constituições Ratisbonenses, nele passando toda a sua vida religiosa. Seus biógrafos ressaltam sua generosa obediência, sua delicadeza para com os irmãos, sua caridade para com os pobres e seu amor à Eucaristia. Seus restos repousam na igreja agostiniana de Ratisbona. São Pio X confirmou-lhe o culto em 1909.
Oração:
Deus todo-poderoso e eterno, doador de todos os bens, que concedestes ao Beato Frederico um maravilhoso espírito de disponibilidade e penitência, e um amor ardente à Eucaristia, fazei que, ajudados por sua intercessão, dediquemo-nos de todo coração a vós e a nossos irmãos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.